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Livros da República XIX

Como se assinalou no post anterior, a Iª República acabou por sucumbir ao golpe militar de 28 de Maio de 1926. Embora se exagere o dramatismo da situação económica e financeira dos anos 20, a verdade é o que o regime não conseguia reconfigurar o ordenamento político-partidário e os governos sucediam-se entre manobras parlamentares e golpes de caserna.
Os alertas dos democratas e dos republicanos empenhados na regeneração do regime democrático eram publicados na imprensa ou em revistas de cultura e pensamento político como a Seara Nova, fundada em 1921. Esta notável revista congregava nomes de intelectuais tão importantes como Jaime Cortesão (médico e historiador), António Sérgio (pedagogo, historiador e pensador) e Raúl Proença (jornalista e pensador político).
Os seus textos destacaram-se pela independência e desassombro com que atacavam os vícios, a corrupção e a impreparação dos homens que ocupavam o poder mas também pela avidez de poder dos aventureiros e dos candidatos a tiranos que conspiravam permanentemente contra a democracia num tempo em que os caudilhos iam grassando na Europa.
Após o golpe de 28 de Maio, a Seara Nova fez sair textos de crítica em relação à ilegitimidade e desnorte governativo dos golpistas mas também de preocupação com o futuro da Liberdade. Sugerimos a leitura dos seguintes excertos do texto com a marca de erudição irónica de R. Proença «A Ditadura Militar», publicado em 10 de Junho de 1926, no nº 91 da revista.
«Ninguém nos meios influentes, nos quis ouvir.
Nem os do governo, nem os da oposição.
Não nos ouviram os do governo, quando sustentámos que não deviam prosseguir no seu apoio a uma política de suborno e de esterilidade. (…)
Não nos ouviram os da Oposição, quando lhes afirmámos que não há o direito de agir sob um impulso puramente destrutivo (…) que a simples ideia negativa de que “isto vai mal” não autoriza ninguém a mover sequer um dedo (…).
Para uns e para outros nós éramos a voz de Cassandra. (…) O resultado aí o tendes à vista, com todas as suas confusões, com as nuvens mais negras acasteladas sobre um horizonte cada vez mais incerto. Para onde vamos? (…)
Não queremos partilhar nenhuma das glórias da revolução, nem nenhum dos entusiasmos com que foi acolhida. (…) Não sentimos (…) vocação nenhuma para puxar à carroça de um ditador. (…)
De nada valeram, é evidente, os nossos avisos. Continuaram, de um lado e de outro, a caminhar para a mesma catástrofe. (…) Quando os políticos de um país fecham assim os olhos às realidades, vem fazê-los abrir, para ver as estrelas, a bota de um ditador. A bota que veio foi enorme – enorme e contudente. Tem dado pontapés em barda – nos políticos, nos militares e na lógica. (…)
A acção governativa, efectivamente, é como uma bússola doida. (...)
Numa revolução preparada com tantos meses de antecedência, não se pensou sequer no ministério que deveria constituir-se. Nem ministros, nem planos, nem ideias. Além do bota-abaixo, não viram mais nada. Por fim, lá se improvisaram uns senhores ministros – que confessaram ingenuamente serem incompetentes ou «absolutamente leigos», e não terem programa. Creio que só Portugal poderá tirar o privilégio destas situações esdrúxulas, a que se chama entre nós movimentos de salvação. (…)
Fazer um movimento contra a incompetência governativa para instalar no Terreiro do Paço indivíduos confessada ou inconscientemente incompetentes, afigura-se-me, salvo o devido respeito, que é abusar escandalosamente da estupidez de um povo.»
sexta-feira, 4 de junho de 2010
A Ciência

«A ciência é comandada pela curiosidade pelo mundo natural. E o objectivo primordial da ciência não é propriamente responder a questões mas antes questionar as respostas. Por outras palavras, em ciência responder às perguntas significa questionar as respostas.»
Eugénia Cunha, «Como nos Tornamos Humanos», Imprensa da Universidade de Coimbra, 2010
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