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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Livros da República IX
Esta semana regressamos às publicações da Biblioteca Nacional. Seleccionámos o título 1908 – Do Regicídio à Ascensão do Republicanismo. A maioria dos leitores já terá percebido a importância deste ano: 1908 foi o ano do Regicídio, acontecimento que acabaria por acelerar o fim da Monarquia e que reflecte de forma trágica o descontentamento para com o regime e para com a situação política dominada pela ditadura de João Franco. O atentado contra a família real perpetrado no Terreiro do Paço no dia 1 de Fevereiro de 1908 quando esta regressava de Vila Viçosa, terá sido planeado e executado por membros da Carbonária, agindo, possivelmente, de forma autónoma. Os regicidas, Manuel dos Reis Buíça e Alfredo Costa, apesar de fazerem parte de um grupo mais vasto de operacionais, acabaram por ser os únicos executantes, tendo sido mortos no decurso do atentado.
Como se sabe, para além dos regicidas e de um cidadão, João Sabino, morreram o rei D. Carlos e o filho primogénito, D. Luís Filipe, herdeiro ao trono. O excerto que segue faz parte de um texto intitulado «Os Acontecimentos», é da autoria de Brito Camacho, republicano de grande relevância, e foi publicado no seu jornal, a Lucta, em 3 de Fevereiro e 1908.
O Rei foi morto, o Príncipe Real foi morto, e sobre os seus cadáveres tombaram os cadávares de três homens ignorados, que forçaram as portas da História a tiros de carabina e de revólver. (…)
Mas quem matou esses cinco homens?
Imaginou-se que este povo era de lama, e porque ele sofrera resignado, durante largos anos, as mais imprudentes extorsões, e as mais injustificadas violências, creu-se na sua incapacidade absoluta de reacção (…).
E então ousou-se tudo – as maiores vilezas e as maiores infâmias, o que pode ferir mais encarninhamente o brio, e o que pode ultrajar mais cruelmente a dignidade. (PP. 39, 40 e 41
Como se sabe, para além dos regicidas e de um cidadão, João Sabino, morreram o rei D. Carlos e o filho primogénito, D. Luís Filipe, herdeiro ao trono. O excerto que segue faz parte de um texto intitulado «Os Acontecimentos», é da autoria de Brito Camacho, republicano de grande relevância, e foi publicado no seu jornal, a Lucta, em 3 de Fevereiro e 1908.
O Rei foi morto, o Príncipe Real foi morto, e sobre os seus cadáveres tombaram os cadávares de três homens ignorados, que forçaram as portas da História a tiros de carabina e de revólver. (…)
Mas quem matou esses cinco homens?
Imaginou-se que este povo era de lama, e porque ele sofrera resignado, durante largos anos, as mais imprudentes extorsões, e as mais injustificadas violências, creu-se na sua incapacidade absoluta de reacção (…).
E então ousou-se tudo – as maiores vilezas e as maiores infâmias, o que pode ferir mais encarninhamente o brio, e o que pode ultrajar mais cruelmente a dignidade. (PP. 39, 40 e 41
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