"Últimos Favoritos"

"Favoritos da Internet"

Catálogo da BE

Catálogo da BE
Catálogo do AEPS


BE Pedras Salgadas

Wordle: BE Pedras Salgadas

Contactos

  • bib.pedras@gmail.com

PNL

PNL
PNL

Estamos aqui

Estamos aqui
Clica para veres o mapa

Histórias

Histórias
História do dia

Etapas de Pesquisa Big6

Etapas de Pesquisa Big6
Apoio ao Utilizador

Previsão Metereológica

BE Pedras Salgadas. Tecnologia do Blogger.

Total de visualizações de página

quinta-feira, 18 de março de 2010

postheadericon LIVROS DA REPÚBLICA XII

A iniciativa Livros da República traz, esta semana, uma obra de Vítor Neto, historiador e Professor da Faculdade de Letras de Coimbra. O Estado, a Igreja e a Sociedade em Portugal (1832-1911), é uma obra imprescindível para a compreensão de uma das grandes questões da sociedade portuguesa na modernidade: as relações entre o Estado e a Igreja numa época de mudança política e de secularização.
Sendo verdade que a chamada Questão Religiosa assume contornos muito especiais na Primeira República, também não deixa de ser exacto que a problemática das relações entre o Estado e Igreja recua, pelo menos, até ao consulado do Marquês de Pombal (1750-1777). Dito de outra forma, Vítor Neto coloca a Questão Religiosa na média duração e não, apenas, como uma particularidade da República. A sua análise incide em praticamente toda a vigência da Monarquia Constitucional, privilegiando as linhas de evolução das mentalidades e das ideias sociais, parte das quais desembocarão no regime do republicano. Uma das questões mais candentes foi, precisamente, o surgimento do casamento civil, ainda em tempos da Monarquia e que, de alguma forma, já antecipa as chamadas Leis da Família da República e a criação do Registo Civil.

«A secularização do casamento inseriu-se no processo mais geral da dessacralização paulatina da sociedade e constitui uma das questões mais polémicas do Código Civil. A promulgação desta importante peça jurídica (1 de Julho de 1867) enquadrava-se num movimento de codificação do direito civil e veio contribuir para a consolidação do sistema constitucional e da ordem social burguesa. Os membros da Comissão Redactora do Código Civil coordenada pelo Visconde de Seabra, ao realizarem o debate sobre o matrimónio, dividiram-se. Tais divergências acabaram por se repercutir na opinião pública agitada pelo debate desencadeado na imprensa sobre o assunto. (…)
O debate sobre o casamento civil em Portugal inscrevia-se no quadro da contestação, feita em nome da liberdade de pensamento e de consciência, ao monopólio exercido pela Igreja Católica no controlo simbólico dos actos essenciais da vida dos indivíduos (casamento, nascimento e morte). (…) Os adeptos do matrimónio civil facultativo (Alexandre Herculano, Vicente Ferrer Neto Paiva, Oliveira Marreca, Levy Maria Jordão e José Júlio), fiéis ao princípio da liberdade de consciência, conseguiram que a Comissão Redactora do Código Civil aprovasse uma proposta que consagrava tal preceito.» (PP. 235 e 236)

0 comentários: